Assunto polêmico.
Enquanto boa parte das pessoas defende ferozmente a castração, outras defendem o contrário. Ambos os lados com argumentos relevantes e que devem ser respeitado.
Aqui, no nosso blog, sempre buscamos apresentar todos os argumentos que conhecemos existir, e emitimos a nossa opinião. Mas, é obvio que você deve pensar sobre assunto, conversar com a família, com seu veterinário de confiança e depois decidir. A principal "missão" do nosso site é que você tenha uma boa noção do assunto para poder questionar os especialistas que conhecem seu cão e podem dar o suporte necessário para sua decisão.
Nós, apenas vamos tentar trazer todos os pontos possíveis para ajudar você na sua decisão.
Bom, vamos começar pelo argumento mais simples, que geralmente ouvimos das famílias que não querem castrar: "isso não é natural do cão"; "na natureza não existe castração".
Ok, é verdade.
Mas, vamos combinar que os hábitos, a alimentação, o comportamento, o ritmo de vida do cão também está muito diferente comparado com a tal "natureza". Entendemos a posição, mas nesse sentido, ainda julgamos melhor a castração pelos benefícios da saúde.
Uma parcela significativa também argumenta que não aceita a castração pelos receios do pós-operatório. Escutamos, especialmente dos homens, o medo de que os cães machos mudem, parece que sentem como se eles mesmos fossem ser castrados ao invés de seu pet. Nutrem um sentimento de que o cão macho, não será mais macho...(muito sem explicação, mas existe muitooooo), outros têm receio que o cão mude a personalidade, fique irritado, ganhe peso, não brinque mais. Algumas mudanças de comportamento acontecem mesmo, mas, como veremos adiante, não é nada disso. Definitivamente muita coisa que se fala por aí é mito, lenda...
Outro fato, que por aqui escutamos muito também, é puramente afetivo e realmente recomendamos o dobro de reflexão. Muitas famílias tem receio enorme de que o cão venha a faltar (que a vida deles é, infelizmente, mais curta que a nossa) e que não fique nenhum "filho", nenhum descendente. É uma defesa da continuidade do "sangue" do pet na família. Por isso, o receio da castração. E, sinceramente, entendemos. Aliás, na nossa opinião, esse é o único argumento que pode mesmo fazer com que os benefícios da saúde, promovidos pela castração, possam ser colocados em dúvida. Quando a idade do cão avança e começamos a sentir os reflexos da velhice canina chegando é que bate aquela sensação de falta que está por vir. Quem já passou por isso, e teve arrependimento da castração, provavelmente terá uma opinião diferente, unicamente em virtude desse fato. Por aqui, já sentimos alguns fortes arrependimentos...
Mas, vamos analisar a castração! Veja só, além de prevenir possíveis filhotinhos e, para isso, o procedimento é extremamente efetivo, a cirurgia de castração também tem propósitos relacionados à saúde importantíssimos, que podem influenciar mesmo na vida do seu pet. Ao fazer um avaliação sobre castrar ou não, a primeira coisa que você deve saber é que os benefícios relacionados à saúde são muito significativos e que o impacto da castração é significativamente mais importante para a fêmea do que para o macho.
O cão não irá engordar se você cuidar da alimentação e incentivar que ele se exercite, o que aliás, faz muito bem dentro de um contexto de saúde muito maior, independente da castração ou não. Depois da cirurgia, o cachorro deixa de produzir hormônios e, por isso, seu organismo precisará de menos calorias para se manter. A dica é que você não ofereça a mesma quantidade de alimento que antes, ele precisará de menos. Então, a questão do peso está muito ligada a administração da quantidade de ração, do que pelo procedimento em si.
Reparem só que interessante esse outro argumento, sobre excesso de “mimos” no pós-operatório como um fator “complicador”, ou seja, seu comportamento é que pode efetivamente mudar o do seu pet (por essa você não esperava né?). Geralmente, os animais não sentem tanta dor depois da cirurgia, principalmente machos, e estarão medicados. Então, mesmo que você fique preocupado e aumente os cuidados, não exagere para não deixar seu pet mimado, exageradamente dependente. O cão não sabe o que pode ter além do que já tem, a partir do momento que você mostra que ele pode ter ainda mais atenção, mais dengos, que é possível ter você grudado nele, ele já entende que isso existe e vai querer manter.
Quando o cão estiver plenamente recuperado e você voltar para a sua vida normal, ele vai continuar querendo sua companhia como tinha quando estava em recuperação. Se os mimos permanecerem, se você ceder a isso, ele entenderá essa atenção excessiva como normal e mudará em relação à independência anterior. Mas, note que não foi a castração, foi o mimo, a mudança da rotina que ele tinha junto com a família.
Vale a pena ressaltar que a castração não resolve problemas de comportamento. Quem acredita que a solução para os pulos nas pessoas, o xixi por toda a casa, o não comportamento com outros cachorros, entenda que isso irá não irá mudar com a castração e sim com adestramento. Em muitos casos, a castração auxilia o processo justamente por deixar o animal mais tranquilo, mas não é uma solução única.
Prevenção de doenças.
Em relação às fêmeas: elas ficam menos propensas a terem câncer (neoplasia) ou seja, com castração menos chances de desenvolverem tumores na mama. E, isso é fato, pesquisas comprovam que fêmeas castradas têm mesmo menor chance de desenvolverem tumores cancerígenos nas glândulas mamárias, em comparação com fêmeas não castradas. A castração também serve como método de prevenção da piometra, uma das doenças mais graves que podem acontecer com as fêmeas que têm ciclos regulares de cio.
Importante: os tumores podem aparecer se a fêmea for castrada ou não. Não é segurança total a castração. A diferença está no estrogênio funciona “acelerador” para o tumor, ou seja: um que levaria meses para crescer em uma cadela castrada, vai se desenvolver em semanas ou dias numa que não passou pelo procedimento. A fêmea castrada que tem o tumor ganha tempo para ser diagnosticada e tratada, por isso é sempre bom deixar claro que são menores chances, não a prevenção total.
Em relação aos machos: castrar seu cachorro evita que apareçam tumores nos testículos e minimiza tumores na próstata. No caso dos machos, o cenário é mais fácil e brando do que nas fêmeas, por isso a castração de cachorro macho não é tão “bem aceita” porque não envolve impactos tão fortes. Eles não correm nenhum risco em relação à piometra, por exemplo. O risco máximo a eles é o aumento da próstata do animal idoso.
Comportamento.
Em relação ao comportamento do seu pet, alguns podem mudar sim. Mas, não é para o mal. Nota-se, no macho, perda do interesse no ambiente, diferente da fêmea, que fica mais territorialista. Como a testosterona acaba saindo por completo do organismo do animal, ele muda o foco do ambiente para as pessoas e se torna mais carinhoso e apegado à família e às pessoas que cuidam dele. Ele fica sim, mais calmo.
No caso das fêmeas, todo o órgão reprodutor dela é retirado e ela passa a não produzir mais o estrogênio, que é o hormônio feminino. Como todo animal produz testosterona (hormônio masculino), quando você tem uma baixa de estrogênio, a testosterona que já é produzida se sobressai. A fêmea pode começar a fazer xixi com a patinha em pé, não tolera outras cadelas porque quer defender o território. Existe sim, a possibilidade de aumento da agressividade. Tudo pode ser amenizado e, algumas vezes nem sentido, com base no modo como a família educa a fêmea. Tudo que não é aceitável deve ser ensinado e reforçado como comportamento negativo.
É comum, mas não regra, reparar em uma diminuição na energia do filhote. Além das mudanças que estão diretamente ligadas à área sexual (demarcação de território, instinto de “montar” com outros animais, objetos e pessoas, fugas à procura de fêmeas, agressividade e outras), você pode reparar uma diminuição da energia dele no dia a dia por questões diretamente ligadas a mudança de hormônios.
Importante reforçar alguns outros pontos:
1) A marcação de território, uma das principais características dos cachorros machos. Se o cachorro for castrado antes de completar um ano de idade, mais chances dele não demarcará território quando adulto.
Importante: castrar cachorros que já são adultos e já com o hábito de demarcarem território urinando pela casa, a castração não irá extinguir 100% a demarcação. Pelo seu pet já ter aprendido a demarcar território, o hábito não sumirá, mas pode diminuir muito. O ideal é o adestramento.
2) As escapadas a procura de fêmeas no cio, com o risco de virem a sofrer algum tipo de acidente ou de se perderem.
3) A agressividade: diminui no macho, pode aumentar na fêmea.
5) Passeios mais tranquilos: É muito comum vermos na rua um cachorro macho indo atrás de fêmeas ou fazendo xixi a cada 3 minutos em todos os postes. Castrar pode ajudar nisso. O cachorro castrado não tem a necessidade de marcar território e nem correr atrás de fêmeas, pois não disputará nada com nenhum outro macho, então o passeio se torna muito mais agradável.
Cuidados pré e pós castração
Cuidados pré-castração
Antes da cirurgia, seu pet precisará passar por vários exames (cardiológico, pressão arterial e exame de sangue). Esses cuidados são necessários para garantir que ele está apto à cirurgia. Além disso, o pet terá que ficar sem se hidratar por no mínimo 6 horas e em jejum por no mínimo 12 horas antes do procedimento cirúrgico.
Cuidados pós-castração
Assim que a cirurgia é finalizada, seu pet ficará em observação pelo veterinário até voltar da anestesia. Depois desse período, seu animalzinho será liberado para voltar para casa , onde você poderá dar os cuidados necessários que ele precisa logo após ser castrado. Como foi feita uma incisão, seu pet sentirá alguma dor, antes de se recuperar totalmente. O veterinário irá recomendar um analgésico para ser usado em horários específicos, e deve ser seguido até o fim do tempo prescrito.
Certifique-se de deixar seu pet descansando em uma caminha bem confortável, com fácil acesso a água e comida, para que ele não precise fazer muito esforço.
O curativo deverá ser substituído diariamente, seguindo as orientações do veterinário e fazendo a utilização correta do produto indicado por ele para fazer a limpeza.
Em alguns casos, o curativo terá que ser refeito com gaze e microporo. Normalmente isso não é necessário, e só a limpeza já é o suficiente.
O recomendando é utilizar um colar elizabetano, pelo menos durante o tempo que estiver se recuperando. A maioria dos animais não gosta da peça, mas o uso é para o bem dele, para evitar que ele lamba ou tire os pontos.
O que você precisará para cuidar do seu pet pós-cirurgia?
Analgésicos
Curativos
Colar Elizabetano
Caminha confortável
É muito importante manter seu animal tranquilo. É normal que aconteçam alguns vômitos, pois o corpo estará desconfortável por causa do procedimento.
Agora a decisão é sua!
Estaremos aqui se precisar conversar sobre o assunto.
Fontes:
http://www.usp.br/aun/antigo/exibir.php?id=981
https://caocerto.wordpress.com/2013/06/30/comportamento-de-caes-em-grupo-e-linguagem-canina/amp/
https://vcahospitals.com/
http://blog.emporiodaspatas.com.br
http://www.vetsurgeryonline.com/
https://www.thesprucepets.com/
https://www.patasdacasa.com.br/
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