Você sabia que a obesidade não é um problema exclusivo dos seres humanos? Embora não se tenham dados epidemiológicos mundiais, estima-se uma prevalência de 20 a 50% desse distúrbio de origem nutricional em animais de estimação. Notem bem, quase metade!!
O que talvez você não saiba é que, segundo estudos, lares onde as pessoas são obesas e sedentárias oferecem uma probabilidade maior de que os seus animais de estimação também desenvolvam o problema, já que dificilmente o problema é notado. Dessa forma, muitos dos problemas enfrentados por nós também passaram a se manifestar nesses animais. Existem estudos mostrando que nas casas em que as pessoas são obesas e sedentárias existe maior probabilidade de o animal também sofrer com a obesidade. Existem ainda estudos mostrando que o proprietário demora a reconhecer o ganho de peso do seu animal, subestimando-o.
Por que cachorros engordam? As causas mais comuns de cachorro obeso são a alimentação inadequada e pouco exercício físico – ou as duas coisas! O problema pode ser o tipo de ração que o cachorro come ou a rotina de alimentação.
Os alimentos em si não são os culpados, mas sim as quantidades desses alimentos que são oferecidas aos animais que são os principais fatores que levam ao ganho de peso. Independentemente de o cão ingerir somente ração ou se ingerir somente comida caseira, o que deve ser feito por parte da família são ajustes na quantidade para evitar o ganho de peso. Nesse caso, o veterinário deve, sempre que possível, instruir sobre como avaliar a condição corporal do animal (escore corporal). O peso ideal para cada cachorro é definido pelo Escore de Condição Corporal – ECC, uma escala com pontuação de 1 a 9 com critérios bem definidos, pensada especialmente para a estrutura corporal dos cães e que ajuda a identificar o cachorro gordo ou abaixo do peso.
A ração, desde que de boa qualidade, é considerada um alimento completo, pois possui TODOS os nutrientes necessários para a manutenção da saúde em um animal saudável. Se essa ração for oferecida como única fonte de alimento ao animal, juntamente com a água, nenhum outro tipo de alimento será necessário. No entanto, muitos proprietários acreditam que seu animal não gosta de ração e preferem recorrer ao alimento caseiro, por ser mais palatável que algumas rações e é aí que começa o problema!! Os extras, mesmo que sejam frutinhas, petiscos, ou mesmo comida caseira, devem ser administrados com muita moderação.
O método de alimentação escolhido e a quantidade oferecida são os principais causadores da obesidade, no entanto, muitos outros fatores estão envolvidos no ganho de peso. A obesidade é considerada uma doença multifatorial, pois muitos fatores contribuem para o mesmo resultado final, o acúmulo de gordura. Além da alimentação, contribuem com o ganho de peso a baixa atividade física, a idade, a castração, distúrbios endócrinos (hipotiroidismo), uso crônico de corticosteroides, oferta de petiscos e outros tipos de alimentos somados à ração, entre outros menos importantes.
O metabolismo do cão é naturalmente diferente do metabolismo humano, mesmo em condições normais de saúde. Da mesma forma, o metabolismo do cão também é diferente do metabolismo do gato, sendo as dietas dessas duas espécies diferentes em termos nutricionais. Esses animais são mais eficientes na utilização das gorduras e proteínas para a produção de energia do que os seres humanos. Dessa forma, a principal diferença nas dietas dessas espécies e do homem diz respeito ao teor de proteína e gordura, entre outros fatores, sendo a necessidade proteica do gato ainda mais elevada do que a do cão.
Ao se estabelecer um regime para a perda de peso, reduzimos a oferta de energia para os animais, para que o organismo utilize seu excesso de gordura para produzir energia, perdendo peso dessa forma. Portanto, o ideal é que se perca gordura sem perder massa muscular ou desenvolver qualquer deficiência de vitaminas e minerais no organismo. Para que isso ocorra, as dietas para perda de peso apresentam maior quantidade ainda de proteínas e aminoácidos, além dos minerais e vitaminas, uma vez que os animais vão ingerir menor quantidade de alimento. Uma dieta para perda de peso em gatos pode ter entre 40-50% de proteína e entre 30-40% para cães, diferentemente de seres humanos, nos quais a concentração desse nutriente na dieta não chega nem à metade desses valores muitas vezes.
Atividades físicas!
Seria a grande salvação, o problema é a família ter tempo ou disposição para isso. São práticas que podem ajudar no combate à obesidade os passeios na rua, as brincadeiras ou até mesmo atividades físicas de treinamento físico, corridas, exercícios de resistência e força e o adestramento, o enriquecimento ambiental, colocação de comedouros e bebedouros em locais estratégicos visando maior esforço para alcançá-los, utilização de brinquedos que desafiem os animais, entre outros.
QUAIS PROBLEMAS SÃO ACARRETADOS POR CONTA DA OBESIDADE CANINA?
Como dito anteriormente, uma situação de obesidade, assim como acontece nos seres humanos, pode trazer inúmeros problemas de saúde aos cães. Entre eles, estão:
1- Problemas nas articulações e, principalmente, de locomoção;o excesso de peso corporal impõe um aumento do estresse sofrido pelas articulações. Cães filhotes com excesso de peso têm maior probabilidade de sofrer de displasia coxofemoral, enquanto os cães mais velhos podem sofrer de osteoartrite. Animais acima do peso têm maior probabilidade de romper ligamentos e fraturar ossos, o que pode necessitar de cirurgia. A mobilidade reduzida diminuirá os requisitos energéticos do animal de estimação e, se a porção diária de alimentos não for ajustada, levará a um ganho ainda maior de peso.
2- Aumento do triglicérides e colesterol no sangue;
3- Dificuldade para respirar; um dos sinais mais comuns associados à obesidade animal é a tolerância reduzida ao esforço físico. Como resultado, o pet pode ofegar excessivamente e até sofrer colapso traqueal, no caso dos cães. Após a perda de peso, os tutores relatam aumento na disposição e capacidade dos seus animais de estimação para brincar.
4- Displasia coxofemoral;
5- Prisão de ventre;
6- Doenças ósseas;
7- Doenças hepáticas;
8- Problemas de pele: animais obesos podem apresentar maior dificuldade para a auto higiene, o que pode levar a uma condição precária da pele e pelagem e, ao aumento do odor corporal. Em casos extremos, o animal pode sofrer alopecia, feridas e desenvolvimento de dermatites.
9- Distúrbios gastrointestinais: cães e gatos com excesso de peso têm maior probabilidade de apresentar diarreia, inflamação das glândulas circum-anais, constipação e doença inflamatória intestinal. Em combinação com a incapacidade de cuidarem eficazmente de sua higiene, isso pode resultar no aumento do odor e limpeza insatisfatória.
10 -Estresse térmico: como o tecido adiposo também atua como isolante, cães e gatos com excesso de peso apresentam maior probabilidade de sofrerem de exaustão em temperaturas elevadas. Reduzindo ainda mais a capacidade de exercício em dias quentes.
11- Câncer: a obesidade vem sendo associada a certos tipos de câncer, como tumores mamários em cães.
12-Problemas reprodutivos: alguns animais apresentam redução da fertilidade e aumento do risco de complicações durante o parto quando apresentam excesso de peso ou são obesos.
13- Aumento dos riscos em cirurgias: pela maior duração dos anestésicos no tecido adiposo. Diversas condições resultantes da obesidade podem exigir a intervenção de um veterinário. Extrair amostras de sangue e palpação podem ser prejudicadas pelo excesso de gordura corporal.
14- Menor expectativa de vida: o maior escore de condição corporal pode influenciar negativamente na expectativa de vida do cão. Em cães, raças de grande porte, a expectativa de vida é reduzida, em média, em dois anos como resultado da obesidade.
A prevenção começa com recomendações do médico-veterinário para os proprietários desde que o animal é atendido na clínica quando filhote. O médico-veterinário deve instruir o proprietário a reconhecer a condição corporal do seu cão ou gato e ainda o estimular a pesá-lo periodicamente, corrigindo a quantidade de ração sempre que necessário, visando manter a condição corporal ideal. O proprietário deve ainda ser estimulado a passear com seu animal sempre que possível. O médico-veterinário deve ainda instruir o proprietário quanto à educação do seu animal, pois muitos dos problemas podem ser evitados com o conhecimento do comportamento dos animais, tais como (evitar – excluir)o comportamento por súplica de alimento, (evitar – excluir) o animal ao redor da mesa nos momentos de alimentação, entre outros.
Fonte:
http://idmedpet.com.br/
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