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Genética aplicada à criação de cães.

Atualizado: 23 de jul. de 2022



Simmmmmm! Nós adoramos a genética.

Quando se começa a estudar com um pouco mais de dedicação, já nós deparamos com uma complexidade incrível de fatores. A paixão aumenta.

Aumentamos a dedicação, o estudo e as teias da genética começam a se mostrar. É tão priomoroso, faz tanto sentido, podemos dizer que a genética é sim Divina.


Vamos dividir com vocês alguns conteúdos sobre o assunto para que você entenda um pouco mais sobre a nossa paixão.


Em primeiro lugar, as leis que regem a hereditariedade são as mesmas para nós, para os cães e para todos os demais seres vivos. A vivência, junto com o estudo de casos mostra que para conseguirmos o real avanço em uma raça, é fundamental a compreensão e a correta seleção dos acasalamentos.

A intuito mestre de todos os estudos de melhoramento de raça, e mesmo da própria seleção natural sempre foi e sempre irá objetivar produzir com uniformidade das qualidades que estão presentes nos melhores exemplares masculinos e femininos. É dessa forma que as raças alcançam seu avanço genético e "sobrevivem" na cadeira evolutiva do mundo.


Trazendo isso para os criadores, é importante deixar MUITO claro a todos: o objetivo não será nunca o individual e sim a raça universal, pelo simples fato que é dessa forma que os melhoramentos evolutivos genéticos se sustentam. Nunca seria possível pensar o objetivo em animais apenas perfeitos em si mesmos, e sim, tendências hereditárias com o intuito de reproduzir suas próprias melhores características, por meio de uma seleção criteriosa de acasalamentos, alcançando assim a excelência universal.

E isto, para uma real criação, é mais importante do que a perfeição individual.


Fatos:

- a cadela reprodutora pode ou não transmitir as melhores qualidades que ela mesma possui, o mesmo podendo ocorrer com o macho.

- em uma ninhada, um lindo filhote ocasional, não significa que o pai ou a mãe sejam reprodutores exemplares.

- em uma ninhada, com vários exemplares “muito bons” é muito mais valiosa do que aquela que apresenta apenas um “excelente” e os demais medíocres.


IMPORTANTE: o fenótipo (aparência) nem sempre corresponde ao genótipo (material genético) do cão. Um pode apresentar excelentes qualidades, mas devido à heterozigosidade ele pode também transmitir defeitos à sua prole.


Sem contar, que ainda falando dos aspectos relevantes de uma criação, para uma real evolução/melhoria genética, outros pontos são importantes para avaliação.

- ambiente (alojamentos, higiene, área de exercícios, vacinação, nutrição, etc.);

- ambiente interno (efeitos maternos).


Além disso, agora vamos falar sobre o item cuidado, zelo, incentivo, encorajamento que sempre falamos aqui no Amici Allegri: um bebê pet vindo de excelentes exemplares materno e paterno pode, infelizmente, vir a pertencer a uma família que não lhe proporcione condições de desenvolver o seu potencial hereditário. O fenótipo ficará essencialmente prejudicado, mas isto não alterará o seu patrimônio genético.

Na nosso opinião é fundamental entender o funcionamento da hereditariedade. É muito estranho pensar em uma criação que não domina o básico do assunto.

E, isso é importante para que não seja introduzido na criação, animais que possam transmitir características indesejáveis. Como lemos em uma livro: " ...o trabalho dos puristas não deve, no entanto, ser desprezado, uma vez que é graças a eles que existem as raças “puras” de cães que hoje conhecemos..."


Para fechar essa postagem, sem deixá-la muito extenso e chata, vamos expor, de acordo com a Accioli, os 12 mandamentos da hereditariedade:


1 - Não há atalhos para o melhoramento da raça, pois o mesmo só pode ser obtido por meio de uma cuidadosa seleção.


2 - O aproveitamento do material genético dos pais para os filhos varia de acordo com o jeito que cada gene se comporta.


3 - Os genes podem proporcionar efeitos imprevisíveis num cruzamento, porém esses efeitos não indicam o patrimônio genético de cada animal.


4 - Várias características são definidas por vários pares de genes.


5 - Não há raça de cão que se reproduza sem variações, por conta da segregação independente.


6 - As condições ambientais estimulam ou amenizam as tendências genéticas.


7 - O entrecruzamento (inbreeding) é feito pelos criadores para eliminar ou fixar uma característica.


8 - O cruzamento entre irmãos gera uma queda na vitalidade dos filhotes, proporcionando maior degeneração de inbreeding.


9 - O entrecruzamento (inbreeding) exibe melhores resultados apenas durante as primeiras gerações.


10 - O inbreeding apenas intensifica o que já havia.


11 - O teste de progênie é a única prova válida da importância de um cão, devendo ser sempre levado a sério as qualidades dos pais.


12 - Cruzamentos sonhados podem dar filhotes decepcionantes, pois os pais podem ou não passar suas qualidades.


Em resumo amigos:


O melhoramento só pode ser conseguido através de cuidadosa seleção. A criação seletiva é o alicerce de um trabalho que será vitorioso para a raça de uma forma universal, sem interesses individuais. O aproveitamento do material genético herdado dos pais varia de acordo com a penetrância de cada gene, não existe "receita de bolo". Lembre-se que há genes mímicos e genes epistáticos, que podem promover resultados inesperados num acasalamento, entretanto, esses resultados não definem o património genético de cada animal. E, também leve em consideração que alguns genes sempre que estão presentes se manifestam, outros possuem penetrância incompleta, ou seja, apenas uma parcela dos portadores do genótipo apresenta o fenótipo correspondente. O conceito de penetrância está relacionado à expressividade do gene em um conjunto de indivíduos, sendo apresentado em termos percentuais.

Por essas razões complexas, muitas das características são quantitativas, quer dizer, são determinadas por muitos pares de genes.



Fontes:

DOG COAT COLOUR GENETICS. Two diferente types of pigment.

DOG LINK. Guia do criador.

MURILO, C. Melhoramento genético e consanguinidade.

OLIVEIRA, Á. D’A. Noções sobre genética.

TEIXEIRA, E. S. Princípios básicos para Criação de cães. São Paulo: Nobel

WEISS, E. e GREENGERG, G. Service dog selection tests: Effectiveness for dogs from animal shelters. USA: Applied Animal Behaviour Science 53, 1996.







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